sábado, 26 de fevereiro de 2011

Estou aqui para te fazer feliz


Se queres que fale, eu falo. Se que queres que eu vá, eu vou.
Porque sou fraca? Influenciável? Patética? Não, porque te quero.
Eu quero-te a ti, eu queres que eu seja desta maneira e da outra, então eu, que te quero a ti, passo a ser assim, desta maneira e da outra.
Não tenhas lástimas de mim nem me vejas como mártir de uma cruzada semi-louca. Não mudo para que gostes de mim. Se eu me aventurasse nessa corrida perdia pela certa porque por mais que mudasse nunca ia ser aquilo que tu gostas. Mudo porque se te puder fazer mais feliz quando me sento à tua esquerda não vejo motivo para me sentar à tua direita.
Calem-se as vozes que dizem que quem gostar de mim terá que gostar assim mesmo
Já lá vai o tempo em que eu pensava que a minha glória era ser como sou, como nasci e sempre fui, e assim ficar impassível perante as muitas pessoas que passavam pela minha vida. Mas essa era a vã glória de quem vê a vida passar por si mas não a vive, não se embrenha nela.
Embrenhar-se na vida é uma coisa complicada. Não sabemos como vamos daqui sair dela, mas certamente traremos connosco mazelas, nódoas mais ou menos negras.
Por isso é bem mais simples permanecer trancados, com os nossos muitos defeitos e as nossas não menos virtudes, mas exactamente como viemos ao mundo. Pelo menos sempre podemos agitar bem alto essa bandeira do “fiel a si próprio” e do “eu sou como sou”.
Não quero tratar estas ideias com sarcasmo. Até acho muito bem que nos mantenhamos leiais aos nossos ideais mais básicos. Que não nos vendamos por um trabalho, ou apreciação social ou um namorado. Mas pobre daquele que morre exactamente como nasceu!
É tão mais fácil dizer que cada um é como é… não é? Assim se escondem debilidades, incapacidades, insucessos e outras frustrações que tais. Não é nossa culpa, nem falha nossa. Foi a genética que nos fez assim.
Mas… as pessoas mudam. A premente força das circunstâncias, o estado de necessidade, as relações que mantemos com os outros e aquilo que nos ensinam, o passar dos anos, as cabeçadas que vamos dando, tudo isso molda aquilo que somos.
Que isto não implique perder o melhor que há em nós. Mas se pudermos fazer alguém feliz, porque não fazê-lo? Mais ainda: se nós pudermos fazer a nós mais felizes, porque não fazê-lo?
Quero fazer-te feliz. Ser aquilo que tu desejas. Dar-te aquilo que tu procuras. Ao contrário do que por aí se diz nenhuma destas coisas acontece naturalmente. Não adivinho por graça divina os teus pensamentos, nem existe lei da física que me ponha no local exacto à hora exacta. Tudo isto exige esforço, dedicação, perseverança, para ir moldando as minhas voltas às tuas reviravoltas.
Aquilo que eu sou hoje resulta da minha vontade de o querer ser. Infelizmente não nasci assim. Nasci mais rezingona. Mais temperamental. Mais possessiva. E todos os dias digo a mim mesma que tenho que respirar fundo, dar três saltinhos e depois, mas só depois, dizer o que tenho para dizer. Senão sai-me tudo em correria por esta garganta fora e digo o que não quero, e desespero, e depois gasto o resto do tempo a desejar nunca o ter dito.
Há dias em que engulo em seco. Em que choro na almofada. Em que passo a noite a olhar para o tecto. Em que ando de olhar perdido. Mas mesmo assim continuo a tentar chegar onde for preciso para tornar o teu mundo melhor.
Esta não é a minha fraqueza. Pelo contrário. É a minha força.

2 comentários:

  1. gostei muito de ler este texto...há quem diga que não vai ser menos feliz sem estar eu ao lado dele, por isso, acho melhor assim: Estou aqui para te fazer feliz e tu a mim.

    E sim, mostrar esta disponibilidade e determinação não é uma fraqueza, antes pelo contrário, é a força do amor.

    Força nesse caminho de amor!

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  2. oh Vera... concordo no essencial com tudo... porque que mudamos, nunca tive duvidas. Que se podemos fazer alguem feliz, devemos faze-lo, também não tenho duvida nenhuma. Que a nossa força é a nossa determinação em sermos felizes, é mesmo isso.

    Mas faltou apenas uma coisa... estou aqui para te fazer feliz, mudando, fazendo o que sei que gostas e te faz bem, claro que sim... e recebendo de volta. Porque sem isso não és completamente feliz. E amar é saber que ele sabe o que nos faz feliz também e se esforça como nós... não há amor sem dois.

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