quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

BBC Vida Selvagem: A territorialidade do macho latino


Bem sei que o mulherio é uma espécie complicada: queremos e não queremos, demoramos horas a escolher a roupa para depois a arrumarmos de novo e gritarmos que não temos nada que vestir, e outras pérolas que tais.
Mas, caramba, o lado masculino também tem as suas birras, se assim as quisermos chamar. Uma das mais marcantes (e por vezes irritantes) é a territorialidade.
Atenção que não falo da marcação de território entre casais, que nisso as mulheres são tão ou mais possessivas que os homens. Euzinha na frente da fila. Concretizemos: euzinha no oculista, a admirar as últimas modas para proteger as rugas do sol, quando, eis senão quando (que já faltava há muitos post) ouço uma voz melodiosa atrás de mim a cumprimentar o meu mais-que-tudo. Vai daí, largo os RayBan e os Versace, é foi ver-me a correr até ao balcão, esbaforida por dentro mas calmíssima, dominante, sexy e avassaladora por fora, a responder numa voz ainda mais melodiosa: “Então amor, já escolheste?”.
Porque, está bem de ver, entre namorados, amantes, apaixonados, o ciúme é natural e recomenda-se, desde que em dose não letal.
O que a mim me espante é a territorialidade entre amigos.
Não aquela que tem por fim confirmar que eles estão em boas mãos, que eu dessa tenho muita. Quando é um daqueles amigos muito queridos quero certificar-me que a nova babe o trata bem, o faz feliz, enfim, que lhe dá a ele o que eu gostava de encontrar para mim.
Mas mais do que isso, não sinto. Desde logo, nunca recusei convite algum porque o amigo leva uma amiga. Uma amiga? Melhor ainda: pode ser que empatibilize (se o Saramago podia inventar palavras porque é que eu não posso?) com ela e que fiquemos amigas, daquelas de ir às compras e ao cinema.
Já no caso dos meninos não é inusual que rejeitem um convite nosso pelo simples, mero, insignificante, pormenor de que não serão o único macho naquela coutada.
Nota importante: não falo daqueles amigos em situação duvidosa que se enrolaram e desenrolam ao sabor da transição das respectivas relações (que desses eu não tenho nem nunca tive), nem daqueles outros que nutrem por nós paixões assolapadas e alimentam a esperança de um dia nos sentir na pele (desses não tenho por agora). Mas de amigos, simples amigos, dos que nos tratam como um dos gajos.
A coisa desenrola-se mais ou menos nestes termos (diálogo ficcionado, originado a partir de uma súmula dos vários diálogos pelos quais tive que passar):
- “Queres ir jantar esta noite?”
- “Parece-me uma ideia excelente. Por acaso já tinha pensado nisso e até combinei com um amigo meu. Vamos os três”
- “Ah… três para mim é demais”
- “Três é demais??? Que disparate! Vá lá, vamos combinar horas”
- “Já te disse que não vou. Contigo e com um amigo não vou”
- “Mas eu estou farta de sair contigo e com as tuas amigas…”
- “É diferente”
Imaginemos agora – como de facto já aconteceu – que à última da hora o amigo do jantar desmarca, que entretanto liga uma amiga e que se combina novo jantar com ela. Se o dito amigo calha a ligar neste entretanto a pergunta é sempre esta:
-“Então, já estás pronta para ir jantar com o teu amigo?”
- “Por acaso ocorreu uma mudança de planos e afinal vou com uma amiga”
(pausa do outro lado da linha… alguma hesitação se denota)
-“Hum, nesse caso vou também. Importas-te?”
- “Eu não, mas assim seremos três… tu não gostas de coisas a três, certo?”
(eu a fazer-me de tonta)
- “Que disparate, vou com o maior prazer”
(…)
Enfim, deve existir uma explicação científica para estes episódios, mas eu não a vislumbro. De qualquer forma estou sempre à espera que ele levante a pata e me faça xixi em cima para que nenhum macho da manada se atreva a rondar por estes lados.

2 comentários:

  1. hahahaha, essa parte é inventada!!!! LOLOL

    se me queres citar nao inventes heheh

    e que tem isso a ver com a territorialidade?!? andas um bocado trocada, deve ser de só sair de casa ao sabado hehehe

    BJS na mesma lolol, vale pela espiritualidade

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  2. Mas tudo isto é inventado caro "amigo desconhecido".
    No mundo da Cinderela nada é real, mas feito de muitas histórias, umas vividas, outras sonhadas, outras contadas. E tudo isto dá uma manta de retalhos que depois desdobro aqui para que quer se sente nela.
    Este relato, como os outros, não correesponde fidedigamente a nenhum episódio da vida real e qualquer semelhança é mera coincidência.

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