domingo, 30 de janeiro de 2011

ESTAVA A PENSAR EM EMIGRAR PARA A MAURITÂNIA….


Há uns dias atrás, no programa da Oprah (riem? Atire-me pedras quem nunca viu) recebi uma informação de extrema importância para a minha vida. Providencial, diria mesmo.
Meninas, preparem os passaportes: na Mauritânia o ideal de beleza consiste numa mulher gorda e cheia de estrias. Sim, o céu existe. E chama-se Mauritânia.
Mulheres cheiinhas, gordas, anafadas, cheias de gosma, com estrias rosadas a rasgar-lhes a pele. Tudo isso é admirado. De repente sinto-me tonta por me ter inscrito no Holmes . Mais produtivo seria enterrar-me no sofá com as Oreos, polindo a minha “beleza”.
De forma que estou a ponderar seriamente a hipótese de emigrar para a Mauritânia. Já comecei até a fazer a malinha. Roupa discreta, obviamente, que esta coisa de ser um país muçulmano pode causar alguns dissabores. Mas acho que consigo bem viver tapada dos pés à cabeça se tiver a garantia de ser uma deusa da beleza. Por outro lado, a burca esconde a celulite, logo, são só vantagens. Começo a não perceber porque se queixam as mulheres árabes… aqui do meu canto do Estado laico parece-me uma vidinha santa (no sentido “Ala-iano” da palavra, entenda-se) -
Recordam-se das vezes em que encolhemos a barriga quando passamos frente a um grupinho de meninos? São tempos idos. Agora há que enche-la de ar e espetá-la o mais possível, num misto de gravidez histérica e de balão.
Jeans descaídos que deixam antever o tão perigoso pneu a sair naquele maldito espacinho entre o cós das calças e a t-shirt? Um must.
Iogurtes light e outra comida de dieta? Jamais.
E o melhor – porque ainda há melhor do que o já relatado – é que este ideal estético só vale para as babes. No caso dos homens, querem-se magrinhos. It’s the end of the world as you know it, right? Porque na Mauritânia os papéis que cada um de nós desempenha durante o jantar apresentam-se invertidos:
- “Posso terminar o teu bolo de chocolate? – diz ela – é que se comeres isso tudo as calças deixam de te assentar bem.”
- “Achas que estou gordo?” – pergunta ele.
- “Gordo? Não diria tanto – responde ela, mediando as palavras – mas quando nos conhecemos a roupa assentava-te melhor”.
De modo que ele passa o resto da semana a salada de alface e batidos de dieta, o suficiente apenas para ter a energia necessária para correr 5 km todas as manhãs, enquanto ela abre uma lata de cerveja e se senta em frente à televisão a arrotar e comer amendoins.
Em suma, podemos comer o mundo, mas em termos de carne humana não temos que levar com um namorado balofo. O velho dogma de que é a magreza que nos há-de trazer um noivo bem-parecido é assim ultrapassado por um novo ideal de beleza, que impele os homens a procurar pegas de gordura onde agarrar.
“I have a dream”.
“My dream is Mauritânia.”

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