sexta-feira, 2 de julho de 2010

A actual ex-namorada no nosso futuro ex-namorado


Uma das muitas coisas que podem arruinar uma relação e transformar o presente namorado num passado namorado é a ruminante da ex-namorada, que não larga o osso (ou, por vezes, é o osso que não a larga a ela, o que aumenta a frustração) por mais que a fustiguemos.
O que a seguir se dirá vale quer as ex quer para os ex, mas a verdade, meus amigos de pilinha, é que nós, as meninas, nos vemos a braços com um problema bem maior do que os senhores. Admito que não será fácil lidar com ex-namorados, especialmente quando são médicos altos, engenheiros espadaúdos, Dj’s famosos, empresários cheios de nota. Mas por mais príncipe perfeito que seja nenhum deles se compara a essa bactéria mortífera que é a ex-namorada, também conhecida por “essa cabra nojenta”. Tratar de ex-namorados é para meninos. As ex-namoradas é que são the real thing. Porque nenhum homem consegue ser tão histérico, obcecado, chato, pain in the ass, como uma mulher. Especialmente a antiga mulher da vida do nosso homem.
Ou do homem que ainda não é nosso, mas a que aspiramos a que seja. Ponhamos as coisas desta forma: se um tipo quer permanecer solteiro não há nada melhor do que andar com a ex atrás.

“A história foi mesmo assim como te conto Verinha. Demos um passeio de mão dada, um beijinho aqui e outro ali, asseguro-te que havia química entre nós, e no final da noite o tipo vira-se para mim e diz-me que a ex-namorada de quem já me tinha falado está a chegar. Vai ficar uns dias com ele. Vem passar férias a Portugal e fica com ele.”
“Jura?” perguntei eu, de olhito arregalado, e quase engasgada com o almoço.
“Assim mesmo. Ele disse que já não rolava nada entre os dois, blablabla, mas o que é certo é que vai para 3 semanas que isto se passou e ele nunca mais deu noticias… filho da puta, enh?”. Ela de olhos húmidos.
“Filha da puta ela”, respondo eu, culpando uma fulaninha que mal conheço pelos acidentes amorosos de uma amiga muito querida.

As ex são mesmo assim. Mulherio que nos estraga as ilusões. Vêm passar férias com os ex-namorados, telefonam-lhes a altas horas da noite com dramazecos pessoais de filme de 3.º categoria. Fazem festas de aniversário em casa deles. Volta e meia caem do céu (ou sobem do inferno), só para dizer um olázinho.
E é tão fácil odiá-la. Mesmo quando ela não nos fez propriamente nada. Mas… sabem aquelas alturas em que ele troca o nosso nome pelo dela? Ou conta e reconta as últimas férias que passaram juntos? Ou esbarra com ela no café e começam os dois a rir ao relembrar as memórias que têm em comum, e a fazer piadas deles, só deles, e que só eles compreendem? Ou quando ele veste a camisa que ela lhe deu e que lhe fica tão bem? Ou quando teima em manter o perfume que ela lhe escolheu? Ou quando os amigos dele falam dela com nostalgia? Ou quando a mãe dele nos sublinha como ela cozinhava bem? Ou quando encontramos fotos dos dois juntos escondidas na caixa debaixo das cama? Ou quando nos deparamos com uma antiga carta de amor, que ainda serve como marcador de livros? Ou quando um convite para casamento de um amigo que ele não vê há ainda vem ainda com o nome dela? Sabem…?
Ai, como é fácil odiá-la nessa altura. Porque é bem mais fácil odiá-la a ela do que questionarmos a nós mesma porque será que ele não esquece, porque será que não funciona entre nós. E, assim, odiamo-la. Queremos ser como ela. Mas odiamo-la.
Excepto… bem, excepto quando ela é uma querida, e nos envia mensagens pelos anos, e lhe diz a ele como nos deve cuidar e preservar. Ou se acaso ela entretanto se tornou namorada do nosso melhor amigo. Ou se acaso ela é uma heroína nacional. Ou se acaso ela está a morrer. Mas, fora estes poucos “acasos”, podem odiá-la. Isso não faz de vocês más pessoas. Apenas pessoas humanas.

3 comentários:

  1. Minha querida, eu descobri um possível segredo em relação a isto. há uma maneira infalível de eliminarmos da vida dos nossos meninos esse flagelo que tantos nos incomoda. 1º: façam-se amigas da ex (eu sei. nos 1ºs tempos é horrível, é incómodo, de certa forma humilhante, mas é a única forma de controlarem o que se passa realmente entre os dois); 2º: mostrem-lhe O PORQUÊ de serem vocês as actuais. aproveitem a proximidade para se mostrarem mais giras, compreensivas, mais inteligentes, mais queridas, mais TUDO. acreditem. em pouco tempo, a ex já era, definitivamente. se assim não for, e o vosso moço continuar a dar abébias à ex, mandem tudo à fava e tornem-se numa ex - mas uma como deve ser - daquelas q desaparece mesmo, para voltar a aparecer linda, maravilhosa, ao lado de um par mais lindo e maravilhoso. ou não. Excelente, Vera.

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  2. Caríssima Blue, a tua estratégia é, de facto, simplesmente genial. Um pouco maquiavélica, mas genial. Porém, temo que não infalível. Imagina tu que neste ensejo descobres que, afinal, a ex é mais maravilhosa do que tu. Que fazes? Uma retirada estratégica?

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  3. eu?? chegar a essa conclusão? mais maravilhosa q eu? ná... não antevejo essa possibilidade.... isso seria impossível. teria que haver algum defeito, ou ela estaria ainda com o menino em questão. e se a ex fosse tão maravilhosa e tivesse sido por iniciativa dela o fim da relação... ora, é porque é o menino q não valeria a pena, e então good bye maria ivone!!
    Que maquiavélico, que nada! até é uma boa acção. zelar pela paz no mundo, right? e pela nossa paz pessoal tb. principalmente. :)

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